Na fase de negação a pessoa “mente”, que a doença não é greve, e que amanhã estará mais forte para realizar seus afazeres, a família também entra no mesmo embalo. No caso da Maricota a progressão da doença não foi tão drástica como os médicos a tinham alertado, e apos uns três verões ela decidiu ir à praia.
Mesmo sabendo que não há praia adaptada em Florianópolis, como é o caso da praia do Leblon, no Rio de Janeiro como descrito abaixo:
http://ecoviagem.uol.com.br/fique-por-dentro/colunistas/acessibilidade-no-turismo/turismo-adaptado/praia-acessivel-lazer-para-todos-8745.asp
http://cadeiravoadora.blogspot.com/2012/01/rio-de-janeiro-para-cadeirantes-4-praia.html
http://www.adaptsurf.org.br/projetos_acessibilidade_das_praias.html
Com muito espanto a família de Maricota recebeu tal pedido. Tens certeza que queres ir a praia???
Com o objetivo de super proteção seus familiares conseguirão um arsenal bem grande de desculpas para não levá-la, cada dia eles usavam uma, e os meses se passarão:
- Hoje vai chove; - Hoje esta ventando; - O água do mar está gelada; - O sol está tão quente hoje; -
Hoje tem fisioterapia não vai dar tempo; - Temos que ir na loteria pagar conta;
- Estou com tanta coisa para arrumar em casa hoje; - Fulano vem nos visitar
hoje...
No fim a Maricota compreendeu que tenha que arrumar outra forma para curtir uma praia, o verão já estava acabando e que tenha que respeitar a opinião de seus familiares, afinal sua família o amava muito, e não queriam ver ele sofrer mais, pois a alegria do laser na praia ficaria ofuscada pelas dificuldades de acessibilidade.
Uma coisa já era certa, tomar banho de mar nem pensar, afinal aqui não é São Paulo, onde a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência leva o Programa Praia Acessível a algumas praias.
Conforme endereços: http://fisioterapiadenisepripas.blogspot.com/2012/01/cadeira-anfibia.html
http://deficientealerta.blogspot.com/ e http://www.caraguanews.com.br/noticia.php?noticia=1140
Maricota com sua pele branquinha após vários anos sem um bronzeado de praia, logo compreendeu que para esse passeio teria que ser bem cedinho, tipo, às sete horas da manhã.
Um dia ela acordou bem cedo, colocou seu biquíni, chamou o táxi, informou o percurso da corrida e suas dificuldades de locomoção (Maricota não usa
cadeiras de rodas).
Apos esse momento ela começa a escutando uma bela melodia de advertências familiares "esporos"que ela não deveria fazer isso, ir a praia, era perigoso, ela poderia se machucar já que está com poucos movimentos nas pernas e braços.
Apos esse momento ela começa a escutando uma bela melodia de advertências familiares "esporos"que ela não deveria fazer isso, ir a praia, era perigoso, ela poderia se machucar já que está com poucos movimentos nas pernas e braços.
Ao chegar à praia, o taxista o levou até o posto de guarda-vidas, passando pela entrada da praia que é um morrinho escorregadio, e o resto do percurso é de areia bem fofa, para piorar
Maricota é uma mulher grande, não dá de ser levada no colo.
Chegando ao posto salva-vidas a Maricota explicou que tinha
Distrofia Muscular e não conseguia se levantar da areia e que depois ia precisar da ajuda deles para leva-la até o ponto de táxi, eles se prontificarão a ajuda-la. Maricota
ficou umas duas horas na praia e voltou para casa feliz da vida.
DIAS DEPOIS:
Estava Maricota esperando sua vez para fazer fisioterapia, vem uma moça 'bem bonita" e comenta: - Não te conheço, mais tenho que admitir que fiquei com inveja de você, vi esses dias você chegando de táxi na praia, com o taxista te acompanhando até a areia, ele até levava sua bolsa, no maior chique. Depois te vejo sendo acompanhada até o ponto de táxi por aquele belo salva-vidas, que entre nós, é o mais lindo e mais simpático.
Mais uma vez, Maricota entre gargalhadas explicou todo o mal entendido o moça.
CONCLUSÃO:
Se você considera o passeio na praia como um laser, se te faz bem, porem ela não tem acessibilidade (ainda), nossa Maricota acabou de te ensinar um "pulo do gato", mais seja consciente e não coloque sua vida em risco.
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